Introdução
Existem dois tipos de sensores:
Operação Direta – São chamados de
transdutores, são ditos direta por transformarem uma grandeza física qualquer
em um sinal elétrico, mantendo uma proporção de transformação sem modificar
suas características físicas.
Operação Indireta – São aqueles que
quando sujeitos a uma grandeza física, modifica suas características, de forma
proporcional, como por exemplo, sua resistência, capacitância, indutância,
etc.. A linearidade é a
característica mais importante e muitas vezes é a limitação da aplicação, em
outras palavras: quanto mais linear é um sensor, melhor será sua qualidade e
sua resposta a um estímulo. Utiliza-se
uma faixa onde o sensor é mais linear possível, denominamos de faixa de atuação
(limites máximo e mínimo).
Podemos classificar da seguinte maneira:
De contato: são aqueles que nos
informam:
- Presença
- Força
- Pressão
- Escorregamentos
- Limites
Sem contato: são aqueles que
basicamente nos informam presença em uma determinada área:
- Distâncias
- Movimentos
- Posição
Sensores ópticos (operação direta, sem contato)
Basicamente,
são sensores cujo funcionamento baseia-se na emissão de um feixe de luz, o qual
é recebido por um elemento foto-sensível. Para evitar ruídos (=outras luzes) do ambiente
confundam o receptor, o emissor produz e envia um feixe de luz pulsada através
de um LED. (Figura-1).
Tipos de
foto sensores mais usuais
1) Foto diodo: sensível a luz, ou seja,
quando a luz incide sobre sua junção o mesmo gera portadores majoritários
conduzindo corrente elétrica. (Figura-02)
2) Foto transistor: parecido com um
foto-diodo, podendo conduzir mais corrente, porém, possui uma resposta mais
lenta à incidência de luz. Existe uma
configuração de três terminais para permitir uma possível polarização.
(Figura-03)
3) LDR (Light Dependent Resistor, tradução Resistor Variável com a Luz): é um resistor que varia conforme a intensidade da luz (foto-resistência) – o LDR é um dispositivo semicondutor cuja resistência varia proporcionalmente com a incidência de luz. (Figura-04)
Configurações
usuais do emissor e receptor
1) SENSOR de BARREIRA – O emissor e o
receptor localizam-se em dois dispositivos diferentes. Eles devem estar alinhados (=mesma linha) de
tal forma que a luz do emissor chegue ao receptor. Quando um objeto não transparente se interpõe
no caminho da luz, entre o emissor e o receptor, a luz é interrompida, fazendo
com que o receptor detecte este fato e mude o estado da saída.
Esta
configuração, dependendo do emissor e do tipo de luz empregado, permite uma
distância considerável entre o emissor e o receptor (algumas dezenas de metros)
– aplicados em circuitos de segurança em elevadores e nas portas de garagem (em
ambos os casos evitam que as portas prensem a pessoa, ou carro). Encontramos versão de um feixe e de múltiplos
feixes.
Temos casos
que o emissor e o receptor localizam-se no mesmo dispositivo; apenas separados
por fenda que permite uma distância a passagem de um objeto de espessura
mínima. Exemplo: Foto-interruptor
(Figura-06).
Encoder (é um
dispositivo que converte número de giros em pulsos elétricos) aplica foto-sensor
com um disco com furos eqüidistantes do centro, solidário ao eixo de um motor,
ou em componentes mecânicos giratórias.
Neste caso é conhecido como encoder incremental (Figura-07).
2) SENSOR de REFLEXÃO – O emissor e o
receptor localizam-se no mesmo dispositivo, apontados no mesmo sentido, porém,
em direção paralela, ou não. Para que o
feixe de luz emitido pelo emissor chegue ao receptor, é necessário que ele se
reflita em uma superfície refletora (por exemplo, espelho) posicionada em uma
posição conveniente. É comum utilizar uma superfície conhecida por “olho de gato”
que possui uma característica interessante – reflete a luz com o mesmo ângulo
que chega. (Figura-08).
3) SENSOR de REFLEXÃO DIFUSA – O emissor
de luz e o receptor, também, se localizam no mesmo dispositivo, normalmente
muito próximo um do outro e apontados paralelamente. Quando uma superfície
rugosa branca, ou brilhante (que não absorva a luz = que reflete) é colocada
bem na frente do dispositivo, o feixe emitido é refletido nela e retorna ao
receptor. (Figura–09)
Exemplos de
aplicações
a) Industrial
Na indústria são muito
utilizados, por exemplo, em sistemas de contagem de peças, determinação de fim
de curso, e sistemas de segurança, os sensores em geral incluindo os sensores
ópticos podem ser encontrados em duas versões PNP, e NPN, já que são em sua
grande maioria baseados em transistores, a tensão mais comum entre esses
sensores é de 24VDC, padrão no meio industrial e de fácil integração com CLPs
(Controladores Lógico Programável), mas também é possível ser encontrados em
tensões como 220VAC, mas em menor escala.
b)
Predial e residencial
Detalhes Construtivas de fotodiodos e fototransistores
de silício, LDR (de CdS) e outros.
Fotodiodo PN
É um diodo semicondutor em que a junção está exposta à luz
(fóton). A energia luminosa desloca elétrons para a banda de condução,
reduzindo a barreira de potencial pelo aumento do número de elétrons, que podem
circular se aplicada polarização reversa.
A corrente nos fotodiodos é da ordem de dezenas de mA com
alta luminosidade, e a resposta é rápida. Há fotodiodos para todas as faixas de
comprimentos de onda, do infravermelho ao ultravioleta.
Na fabricação dos Fotodiodos são utilizados materiais
semicondutores (pn) como o germânio e o silício. Sua sensibilidade luminosa se
baseia no efeito fotoelétrico que neles ocorre, no qual a camada semicondutora
modifica o valor de sua resistência no sentido de bloqueio, dependendo da
intensidade luminosa incidente. Para que o efeito fotoelétrico seja
influenciado o menos possível por fontes externas de luz, o fotodiodo é envolto
de tal modo, que a luz atinge a área fotossensível apenas através de uma
pequena abertura (de 1 m
de diâmetro). Quando uma junção é atingida por luz produz uma corrente chamada fotocorrente.
Estando este diodo polarizado inversamente, a zona de
transição será maior, aumentando a fotocorrente, se comportando como uma fonte
de corrente dependente de intensidade luminosa.
O fotodiodo é usado como sensor em controle remoto, em
sistemas de fibra óptica, leitoras de código de barras, scanner (digitalizador
de imagens, para computador), canetas ópticas (que permitem escrever na tela do
computador), toca-discos CD, fotômetros, como sensor indireto de posição e
velocidade, em automação industrial, câmeras fotográficas, aeronaves de combate
(de guerras), em drones bélicos, em robótica, entre milhares de aplicações.
Fototransistor NPN, PNP
Transistor sensível a radiação de fótons. Sua representação
é dada abaixo (Figura-13). Pode vir ou não o terminal de base.
É um transistor cuja junção coletor-base fica exposta à luz
e atua como um fotodiodo. O transistor amplifica a corrente, e fornece alguns
mA. Sua velocidade é menor que a do fotodiodo, porém, fornece corrente maior.
Suas aplicações são as mesmas do fotodiodo, exceto sistemas
de fibraóptica, pela operação em alta freqüência, contudo encontramos muitas
outras aplicações dos fototransistores nos mais diversos tipos de grandezas a
serem medidas e monitoradas.
LDR (Light Dependent Resistor), fotoresistor
Normalmente, é utilizado o sulfato de cádmio (CdS) como
elemento fotoresistor. Quando a luz
incide sobre a trilha de CdS provoca a liberação de portadores de carga que
aumentam a condução da corrente elétrica (diminuindo a resistência). Veja a estrutura (Figura-14).
O sulfeto de cádmio (CdS) apresenta uma resistência
altíssima (ordem de dezenas de megaohms) no escuro e quando iluminado com luz
do sol a resistência pode cair para algumas dezenas de ohms.
Por exemplo, um LDR típico de 1 cm de diâmetro. A
resistência máxima, no escuro deste componente deve ficar entre 1MΩ e 10 MΩ,
dependendo do tipo, e a resistência com iluminação máxima (ambiente) deve ficar
entre 75 e 500 ohms tipicamente.
Os LDRs não são componentes polarizados, o que quer dizer
que a corrente pode circular os dois sentidos. As variações da resistência com
a luz são iguais em qualquer sentido.
O LDR é um dispositivo lento, pode levar algumas dezenas de
segundos para completar o ciclo na variação de resistência. Enquanto que outros tipos de sensores como os
fotodiodos e os fototransistores podem perceber variações muito rápidas de luz,
em freqüências que podem chegar a centenas de vezes por segundo.
Esta lentidão do LDR impede que ele seja usado em sensores
do tipo leitor de cartões perfurados, códigos de barras ou sistemas de alarmes
modulados. No entanto, em aplicações mais simples, em que os tempos necessários
para a atuação sejam maiores como alarmes, brinquedos, sensores de luz
ambiente, detetores de níveis de iluminação, fotômetros, ele é muito útil.
CCD – (Charge Coupled Devices) – sensores de imagem
É um tipo de sensor ótico que é
formado por milhares de fotodiodos (ou fototransistores) montados em um chip
(pastilha de silício - semicondutor). E
sua quantidade determinará a resolução (qualidade) da imagem.
Estes sensores de imagem são dispositivos semicondutores,
fabricados através de processos de microeletrônica, conhecido como tecnologia
planar. Capturam imagens através de
feixe de luz que atravessa uma lente que incide sobre a superfície do sensor,
transformando em carga elétrica, onde essa carga é processada em imagem digital
por um circuito eletrônico.
Informação armazenada em cada fotodiodo é transferida
verticalmente para um “balde”, primeiramente; e depois existe uma transferência
horizontal destes baldes (como revezamento) com informações de imagem, são
transformadas em sinais de tensão e amplificadas antes de serem colocadas na
saída. (Figura-15)
Exemplo de um chip CCD comercial
utilizado em Camcoder (filmadora manual).
Figura-16.
As imagens são importantes em todas as áreas,
principalmente, na área científica do microscópio até o telescópio e, também,
muito importante para registrar e eternizar os momentos da nossa vida cotidiana.
CMOS
(Complementary Metal Oxide Semicondutor)
A base de invenção deste sensor foi CCD. O CMOS apresenta a
mesma propriedade de captura de imagem, as únicas diferenças: a forma como este
transforma a energia da luz (fóton) para cargas elétricas e como é composto
cada circuito de um pixel.
Os sensores CMOS têm a mesma capacidade de gerar uma carga
elétrica à intensidade de luz que incide na superfície do sensor. Cada pixel é constituído por fotodiodos,
capacitores e transistores interligados.
Temos dois tipos de sensores CMOS: sensores de pixel
passivos (sem amplificador) e sensores de pixel ativo (com amplificador).
No sensor CMOS as informações de imagem (pixels) são
transferidas diretamente à saída. (Figura-17)
Fig-18: Exemplo de um sensor CMOS. As aplicações são as mesmas do CCD, porém, o
custo é bem menor e a velocidade maior.
A influência de ruídos eletromagnéticos é maior em CMOS do que em CCD.